Um boi e um asno


“A Natividade”,
Lourenço Mônaco; 1409

 

Publicado pela primeira vez em 27 de dezembro de 2006

 

Por que ele está em uma propriedade tão mesquinha, onde bois e jumentos se alimentam?  -Que criança é esta ?,  Música de Natal

 

NÃO séquito de guardas. Nenhuma legião de anjos. Nem mesmo o tapete de boas-vindas dos sumos sacerdotes. Deus, encarnado na carne, é saudado ao mundo por um boi e um asno.

Enquanto os primeiros Padres interpretaram essas duas criaturas como símbolos dos judeus e pagãos e, portanto, de toda a humanidade, uma interpretação adicional veio à mente na missa da meia-noite.

 

MUDO COMO BOI

Isso nos traz dor. Isso deixa um vazio. Isso induz uma consciência perturbada. E, no entanto, ainda voltamos a ele: o mesmo velho pecado. Sim, às vezes somos “burros como um boi” quando se trata de cair nas mesmas armadilhas repetidamente. Nós nos arrependemos, mas deixamos de dar os passos necessários para evitar que caiamos novamente. Nós não evitamos a ocasião próxima do pecado, e assim continuamente caem de volta ao pecado. Na verdade, devemos confundir os anjos!

Isso não é mais evidente do que no sentido coletivo. À medida que continuamos a descartar de nossas nações Deus e as leis morais que Ele estabeleceu, vemos nossa população diminuindo (em uma “cultura da morte”), a violência aumentando, o suicídio aumentando, a ganância e a corrupção aumentando e as tensões globais aumentando. Mas não fazemos a conexão. Somos tão mudos como um boi.

Nem nós, nesta era “intelectual” e “iluminada”, examinamos de um ponto de vista histórico como o Cristianismo transformou a civilização, desde os tempos do Império Romano até os dias de hoje. É um fato simples. Mas logo esquecemos - ou na maioria das vezes - escolhemos não ver. Burro. Simplesmente idiota.

Porém, esse boi é bem-vindo no estábulo do Senhor. Jesus não veio pelos bons, Ele veio pelos enfermos.

 

STUBBORN COMO UM ASS

Esse burro representa aqueles de nós que são "teimosos como um asno". Aquele apego a velhos fracassos que nos recusamos a abandonar, batendo na nossa própria cabeça com um velho e cansado dois por quatro.

Hoje, Jesus diz,

Solte. Já te perdoei por esse pecado. Confie na minha misericórdia. Eu amo Você. Este é o propósito da minha vinda: tomar seus pecados fora para sempre. Por que você os traz de volta para o estábulo?

É também aquela teimosia de deixe Deus nos amar. Lembro-me das palavras de um amigo que uma vez me disse: “Deixe Deus te amar”. Sim, corremos fazendo uma ação ou outra, mas nunca deixe Deus fazer uma ação por nós. E a ação que Ele deseja fazer é nos ame agora, como nós somos. “Mas eu sou indigno. Eu sou uma decepção Eu sou pecador ”, respondemos.

E Jesus diz,

Sim, você é indigno e pecador. Mas você não é uma decepção! Você fica desapontado quando vê um bebê aprendendo a andar, mas depois caindo? Ou quando você vê um recém-nascido que não consegue se alimentar? Ou um pequeno que chora no escuro? Você é aquela criança. Você espera mais do que eu esperava! Só eu posso te ensinar a andar. Vou te alimentar. Eu vou te confortar no escuro. Eu farei você digno. Mas você deve me deixar amá-lo!

A pior teimosia é a indisposição de nos vermos na luz divina da verdade que revela o pecado para nos libertar; reconhecer nossa pobreza de espírito, nossa necessidade de um Salvador. Quase todo mundo compartilha desse tipo de teimosia que tem outro nome: Pmontar. Mas também esses corações, Cristo acolhe em Seu estábulo. 

Não, não era uma águia voadora livre, nem um leão poderoso e poderoso, mas um boi e burro a quem Deus admitiu no estábulo de Seu nascimento.

Sim, ainda há esperança para mim.

 

Deus se fez homem. Ele veio habitar entre nós. Deus não está distante: ele é 'Emanuel', Deus conosco. Ele não é estranho: ele tem um rosto, o rosto de Jesus. —POPE BENTO XVI, mensagem de Natal “Urbi e orbi“, 25 de dezembro de 2010

 

 

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