A Urgência para o Evangelho

A PALAVRA AGORA SOBRE LEITURAS EM MASSA
de 26 a 31 de maio de 2014
da Sexta Semana da Páscoa

 

 

é uma percepção na Igreja de que a evangelização é para uns poucos escolhidos. Realizamos conferências ou missões paroquiais e os “poucos escolhidos” vêm e falam conosco, evangelizam e ensinam. Mas, quanto ao resto de nós, nosso dever é simplesmente ir à missa e evitar o pecado.

Nada poderia estar mais longe da verdade.

Quando Jesus disse que a Igreja é o “sal da terra”, Ele pretendia nos espalhar em todas as facetas da vida: educação, política, medicina, ciência, artes, família, vida religiosa e assim por diante. Lá, no lugar onde nos encontramos, devemos ser testemunhas de Jesus, não apenas em como vivemos, mas dando testemunho de Seu poder em nossas vidas e de nossa necessidade Dele como único caminho para a vida eterna. Mas quem pensa assim? Muito poucos, o que levou o Papa Paulo VI a sua encíclica histórica, Evangelii Nuntiandi:

Em nossos dias, o que aconteceu àquela energia oculta da Boa Nova, que pode ter um efeito poderoso na consciência do homem? (…) Esses obstáculos também estão presentes hoje, e devemos nos limitar a mencionar a falta de fervor. É ainda mais sério porque vem de dentro. Manifesta-se no cansaço, no desencanto, no compromisso, na falta de interesse e, sobretudo, na falta de alegria e esperança. - “Sobre Evangelismo no Mundo Moderno”, n. 4, n. 80; vaticano.va

Daí a crise em que o mundo entrou, que nada mais é do que o eclipse das verdades salvadoras de Cristo, obscurecido em parte por uma Igreja que perdeu de vista a sua missão, perdeu o seu fervor, a perdeu primeiro amor. [1]cf. Primeiro amor perdido A primeira leitura de quarta-feira tem uma urgência particular em nosso tempo:

Deus ignorou os tempos de ignorância, mas agora exige que todas as pessoas em todos os lugares se arrependam, porque ele estabeleceu um dia em que 'julgará o mundo com justiça'.

Quem não consegue pensar nas palavras de Jesus a Santa Faustina, declarando que o mundo vive agora um “tempo de misericórdia” que em breve dará lugar a um tempo de justiça? Sim, há uma urgência quando vemos tantos de nossos amigos, familiares e vizinhos saltando do barco do Barque de Pedro para o barco de Satanás, todos iluminados por lâmpadas de pátio de plástico barato.

É por isso que meus escritos recentes sobre a “Chama do Amor” têm uma relevância atual. “Incendeie o dom de Deus que você tem,” disse São Paulo ao jovem e tímido Timóteo, para “Deus não nos deu um espírito de covardia, mas sim de poder, amor e autocontrole”. [2]cf. 2 Tim 1: 6-7 Uma maneira pela qual descobri que Deus incendeia Seu amor em meu coração é compartilhá-lo. Assim como abrir a porta da lareira repentinamente aumenta a corrente de ar, também, quando começamos a abrir nossos corações para compartilhar a vida de Jesus, o Espírito incendeia o poder da Palavra. O amor é um fogo que só gera mais fogo.

As leituras da missa desta semana nos ensinam o distanciamento ousado que é necessário para cada Cristão quando se trata de evangelização. Pois São Paulo teve muitos sucessos e muitos fracassos. Em um lugar, as famílias são convertidas, em outro eles facilmente rejeitam seus pontos de vista e em outro eles o aprisionam. E, no entanto, São Paulo não permite que o orgulho ferido, o medo ou a fraqueza o impeçam de compartilhar o Evangelho. Porque? Os resultados dependem de Deus, não dele.

Lemos na primeira leitura de segunda-feira sobre a conversão de Lídia.

(…) O Senhor abriu seu coração para prestar atenção ao que Paulo estava dizendo.

É o Espírito Santo, o “Espírito da Verdade” que conduz as almas à verdade (Evangelho de quarta-feira). O Espírito Santo é a luz que sai da fornalha de nossos corações em chamas por Deus. Se outra alma é dócil ao Espírito, então o Chama do amor de nossos corações podem pular para os deles. Não podemos forçar ninguém a acreditar mais do que podemos acender uma tora molhada.

Mas nunca devemos julgar uma alma ou situação. Apesar dos contratempos, Paulo e Silas optam por louvar a Deus em suas cadeias. Deus usa sua fidelidade para abalar a consciência do guarda da prisão e efetuar sua conversão. Quantas vezes ficamos em silêncio porque sentimos que o outro nos rejeitará, nos perseguirá, nos insultará ... e, assim, perderemos uma possível oportunidade de mudança de vida?

Lembro-me de quando este apostolado da escrita começou há oito anos com uma palavra bastante severa do Senhor:

Você, filho do homem - eu o designei como sentinela da casa de Israel; quando você ouvir uma palavra da minha boca, você deve avisá-los para mim. Quando eu digo aos ímpios: “Seus ímpios, vocês devem morrer”, e você não fala para alertar os ímpios sobre seus caminhos, eles morrerão em seus pecados, mas vou considerá-lo responsável por seu sangue. (Ez 33: 7-8)

Agradeço a Deus por essas palavras, porque elas me empurraram continuamente para as montanhas da timidez. Penso também em um belo padre americano que conheço, um homem humilde e santo que se pensaria ser um “sapato” no céu. E ainda assim, um dia o Senhor mostrou a ele uma visão do inferno. “Este é o lugar que Satanás reservou para você, se você deixar de pastorear as almas que eu confiei a você.” Ele também agradeceu profusamente ao Senhor por este “dom” que impediu que a chama em seu coração se apagasse e seu ministério se tornasse morno.

Isso pode soar duro para nós. Mas veja, Jesus não morreu na cruz para que pudéssemos sentar e fazer um piquenique enquanto as almas caem no inferno como flocos de neve. A Grande Comissão para fazer discípulos das nações foi dada a nós-a nós em 2014 que agora somos descendentes e filhos da Sucessão Apostólica. Portanto, ouçamos também a ternura de Nosso Senhor que diz a São Paulo:

Não tenha medo. Continue falando e não se cale, pois estou com você. (Primeira leitura de Firday)

Vamos, como Maria, no Evangelho de sábado, "apressar" o nosso próximo para levar-lhes Jesus que vive em nós - aquele que vive Chama do amor que pode derreter corações, consumir o pecado e fazer tudo novo. Na verdade, vamos nos apressar.

… Devemos reacender em nós o ímpeto dos começos e deixar-nos encher do ardor da pregação apostólica que se seguiu ao Pentecostes. Devemos reavivar em nós a convicção ardente de Paulo, que clamava: “Ai de mim se não pregar o Evangelho” (1Cor 9: 16). Esta paixão não deixará de suscitar na Igreja um novo sentido de missão, que não pode ser deixado a um grupo de “especialistas”, mas deve envolver a responsabilidade de todos os membros do Povo de Deus. —ST. JOÃO PAULO II, Novo Milênio Ineuente, n. 40

 

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Notas de rodapé

Notas de rodapé
1 cf. Primeiro amor perdido
2 cf. 2 Tim 1: 6-7
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